Aqui Respiramos Poesia
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Poemas de J. Libório
CRIANÇA CHORANDO
Vi uma gaivota voando
Sobre as ondas encrespadas
Vi uma criança chorando
Correndo e procurando
As outras abandonadas.
Ó meu Deus, mas até quando?
As sociedades caladas
As crianças vão deixando?
Sem sentir se são amadas.
Mas não são. Muitas delas são exploradas
Pla sociedade sem escrúpulos
Sempre na busca dos lucros,
Cilindrando tudo e todos
É preciso é ter fortuna
Isso mostra inteligência
Mas dela têm carência
Olham sua conveniência
Vivem na sua luxúria
Os outros pra eles são escória.
Já perderam a memória
Muitos deles se esqueceram,
Mas um dia são lembrados,
E são eles abandonados
Deixados à sua sorte,
Que culminará na morte
E finalmente as crianças
De novo irão gritar!
Desta vez é de alegria
Alegres de coração
Acabou-se a exploração!
O abandono findou
E todo o que não amou,
Sua vida terminou,
A liberdade chegou.
Agora a verdadeira vida está aí.
Todos viverão sem o que é mau,
Está disponível para ti
Vamos embarcar nesta nau,
Que é imune ao naufrágio
E não precisa de remo,
Porque Aquele que vai ao lemo
É sábio naquilo que faz,
E com Ele haverá PAZ.
Já não há mar encrespado,
Tudo é lindo, Tudo é dourado!
J. Libório
31-03-14
BARCO Á VELA
Já lá vem um barco à vela
E ruma ao sabor do vento
Ao lemo quem vem é ela
Numa luta contra o tempo
Na areia estou à espera
Da chegada dela à praia
Mas quem espera desespera
O que é preciso é que saia
Espero o tempo necessário
Prá receber nos meus braços
Estou farto deste calvário
À espera dos seus abraços
De esperar fico cansado
Já estou cheio de saudades
Quero tê-la ao meu lado
Para matar as saudades
Barco à vela, barco à vela
Porque fugiste de mim
Porque fugiste com ela
Barco à vela, barco à vela
Deixaste-me sozinho assim!
Porque fugiste com ela
E não me levas-te a mim?
Não te vou deixar partir
Já não irás mais zarpar
Ao mar tu podes cair
E sem ti irei ficar
Finalmente estás de volta
Vou-te poder abraçar
Não ficarás mais à solta
Porque não irei deixar
Não voltarás mais ao mar
Porque a maré está revolta
E tu podes lá ficar
…///…
Barco à vela, barco à vela
Que vences a ondulação
Tem-me cuidado com ela
Não firas meu coração
Barco à vela, barco à vela
Redobra a tua atenção
Por baixo de ti espreita a morte
É profundo o Oceano
Rema sem perderes o norte
Não deixes cair o pano
Luta contra o vento forte
Luta contra a própria morte
Deixa-me embarcar contigo
Enfrentar o alto mar
Sem termos porto de abrigo
Não é preciso atracar
Iremos ao som do vento
À procura do encanto
Lutaremos contra o tempo
Ouviremos o seu canto
E também o seu lamento
Barco à vela, barco à vela
Espera por mim um momento
Não me deixes, neste pranto.
J. Libório
23-03-14