A CALMA DO MAR
Uma suave brisa do mar
Soprou em meu rosto quente
Leve, suave e de bem estar
Como que um segredo de gente.
Não havia ninguém por perto
O que me deixou admirado
Por neblina o mar coberto
E em terra ensolarado.
Pensava no que escrever
E uma gaivota passou
Planou como que a dizer
Que por ali ela passou.
Segui-a com o olhar
Voava com segurança
Mergulhou até ao mar
Peixe pescou como dança.
No seu harmonioso voar
Pousou a seguir nas rochas
Do peixe fez seu manjar
Mesmo ali ao pé das conchas.
Em voo caprichoso
Delineado e descontraído
Sempre em modo harmonioso
De sua vista fiquei perdido.
Olhei em meu redor
Procurando inspiração
Ao longe vi um caçador
E perto também o cão.
O mato era ligeiro
Logo vergou um joelho
E lança um tiro certeiro
Não teve sorte o pobre coelho.
Na rocha me acomodei
A contemplar o mar
Na ondulação reparei
Lenta e branda a espraiar.
Horas de almoçar
A neblina sumiu
Mas antes de levantar
Este poema concluiu.
2016.01.29
Manuel Timóteo de Matos
37ª Sessão dos Amigos das Letras
NÃO ESCONDA O SORRISO
O melhor que da alma vem
Na sua imoderada dimensão
É a alegria que nela contém
E transmite bem ao coração.
Quando alguém esboça um sorriso
Que da alma venha bem consciente
É certamente o que melhor preciso
Para um dia feliz tão mais contente.
Num belo sorriso se transmite
Algo mais que uma expressão
É carinho, um radioso convite
A ternura provinda do coração.
Por bons lados bem andamos
Em qualquer dia ou de noite
Mas raramente encontramos
Um sorriso puro e bem afoite.
A sociedade de bons pilares
Sem pontes de mera ligação
Até simples e bons olhares
Se evitam por cada ocasião.
Na forma como nos tratamos
Pouca e duvidosa abordagem
Em pontos soltos nos tornamos
De duvidosa atenção e coragem.
Se um duvida o outro se defende
Numa incerteza que quer prudente
Jamais uma séria união se aprende
Para uma sociedade nova e diferente.
Cultivar um bem amável sorriso
Mesmo a qualquer desconhecido
É primeiro passo que mais preciso
Para o bem sociável ter promovido.
Não adianta fugir de alguém
Só porque não bem se conhece
É tudo o que muito não convém
Já que a solidariedade arrefece.
Um sorriso a começar o dia
Repetido vezes sem conta
Nos vai dar muita alegria
E o bom caminho nos aponta.
2016.01.10
Manuel Timóteo de Matos
EMOÇÕES NO AMOR
No amor de homem e uma mulher
Se concentram os maiores encantos
A alma louva sempre e como puder
A Deus, a Maria e a todos os Santos.
Seguindo a genuína e humana natureza
Nos preceitos mais ternos e elementares
Muitas as manifestações são de nobreza
Bem maiores no amor que em manjares.
Sejam os carinhos no momento certo
Lindas rosas em um ramo ou só botão
Se as querem sempre e bem por perto
E assim, de alma pura bate o coração.
Emoções, pequenas ou gigantes
Em nenhum amor ficam ausentes
Umas mais leves mas importantes
Outras até grandes e permanentes.
Se há momentos numa vida
Com riqueza de emoções
No amor é a mais comprida
No enlace de puros corações.
A doce mulher que bem amo
Sempre generosa e admirável
Me emociona quando a chamo
Por sua ternura que é notável.
Sempre atenta a meu desgosto
Me acarinha com sua ternura
É emoção permanente e aposto
Que o será em qualquer altura.
A Deus agradeço tanta emoção
Pela mais afectuosa existência
Não é duma simples afirmação
Mas o desejo de sua convivência.
De emoção em emoção muito eu vejo
Quanto a sua capacidade é bem grande
E no maravilhoso amor sempre prevejo
Que quanto mais amo, mais se expande.
Não canso mais de o apregoar
Pela sua bem terna dedicação
A mais bela de pureza para amar
Em seu inimitável nobre coração.
2016.01.14
Manuel Timóteo de Matos