Reflexos da Mente - Livro de Poemas
OLHAR VADIO
Provocadora, ar sedutor, persistente
Tua pose, semblante doce e terno
Olhar cativante de desejo ardente
Serás deste mundo ou lugar eterno ?
Teus olhos meigos, meio fechados
Mais do que meio abertos, porventura
Prendem, seduzem, iluminados
Completam a imagem que perdura
Um olhar mortiço, bem profundo
Prendem com tal encanto e efeito
A alma de quem te olha, contudo
Ele do todo faz parte, perfeito.
Mais que eu a alma dita, perdição
Rosto lindo, sem igual, mente faz parar
Se respiro é por defeito, uma bênção
Olhar-te ilumina bem mais que o luar
Teu semblante e trejeito, pose de encantar
Dura tempo demais que um momento
Quero soltar os olhos, não posso, fico a sonhar
A alma pede, coração quer, meu sentimento
Apareceste um dia, não foi imaginação
Encanto tamanho ainda não tivera
De modo total me prendeste o coração
Do outono fizeste, acredita, uma primavera
Meses passaram, de sol dourado
Alimentas a mente, do muito que anseio
Continuo ainda, este tempo passado
Preso aos teus olhos e ao amor que veio
Olhando assim, sorriso esboçado
Atravessas meu ser, inspiras a mente
Me tornas mais terno, bem humorado
Limas meus defeitos, de coração ardente
Mulher de encanto, por demais bonita
Deus criou teu lindo, maravilhoso rosto,
Tua condição de humana, beleza infinita
Dá vida a sonhos, solidifica meu gosto
Em tamanho ambiente, sã envolvência,
Quero que saibas, de todo o coração
Uma só coisa almejo com persistência
Tua felicidade, por isso te dedico esta canção
2015.10.26
Manuel Timóteo de Matos
A LÁGRIMA DA ROSA
Ao longe o arco-iris, sinal de chuva eminente
É sempre um acontecimento à vista agradável
É caprichoso, bonito, de olhar atraente
Aparece onde e quando quer, admirável
Suas cores, sete sempre, em qualquer lugar
Por ordem certa, fenómeno da natureza
Imprevisível, sem nada que o anuncie, no ar
Coisa bela, de admirar, aprecio sua beleza
Seu tamanho e amplitude, decorre no horizonte
Todos lhe chamam arco, nem sei que tal
Nem metade, quanto mais o todo, uma fonte
Lindo demais, aos olhos de um mortal
Se ao jardim descemos, às primeiras chuvas
No seguir de um tal evento, outra maravilha
Não de fenómeno, que nunca vi em uvas
Mas na rosa, um encanto, não procure na bilha
Gotas de água pura, límpida de cristal
Incomparável, como lágrima de pranto
Em olho humano que chora qualquer mal
Rosa vermelha, de gotas cristalinas, um encanto
A natureza no seu todo, algo de fenomenal
Apenas em dois elementos, que aos olhos deixa
O encanto de alma cheia, acalenta qualquer mortal
Nada Deus deixa ao acaso, isso tudo sem queixa
Lágrimas nos olhos de seres humanos, decerto
Não significam tristeza em nossa ilusão
Mas antes de felicidade e talvez de amor certo
Maravilhosa condição humana, saindo do coração.
Mas na vida, muito acontece, ao ser humano talvez
Quantas vezes por seu meio, mais que outro intento
Chora para alívio da dor, atitudes erradas que fez
Outras, doridas, mais da alma e para seu tormento
A dor, a doença, tanta coisa nesta vida incerta
Faz chorar, lágrimas caídas de olhos cheios
É próprio da natureza humana, mesmo desperta
É fruto do sentir, alma sensível e com receios
Lágrimas houve, de alegrias como de tristezas
Ontem como hoje, por esse mundo além,
E não vão acabar nunca, que na alma incertezas
Hoje de alegria, amanhã de tristeza, cria em alguém.
2015.10.31
Manuel Timóteo de Matos